O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurológico comum em crianças e adultos. O TDAH é caracterizado por sintomas como falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. O tratamento convencional do TDAH inclui medicamentos estimulantes, como o metilfenidato e a anfetamina, que aumentam a liberação de dopamina e noradrenalina, neurotransmissores importantes no controle da atenção e do comportamento. No entanto, esses medicamentos podem ter efeitos colaterais e nem sempre são eficazes para todos os pacientes.
Nos últimos anos, o uso da cannabis tem sido considerado como uma alternativa potencial para o tratamento do TDAH. A cannabis contém compostos químicos chamados canabinoides, como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), que têm propriedades medicinais. Alguns estudos têm sugerido que a cannabis pode ajudar a aliviar os sintomas do TDAH, melhorando a atenção, reduzindo a hiperatividade e controlando a impulsividade.
Um estudo de 2017 publicado no European Neuropsychopharmacology relatou que o THC pode melhorar a atenção e reduzir a hiperatividade em ratos com sintomas semelhantes ao TDAH. Outro estudo de 2018 publicado na European Child & Adolescent Psychiatry observou que pacientes com TDAH que usaram cannabis relataram redução dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Além disso, o estudo relatou que o uso da cannabis foi bem tolerado pelos pacientes.
No entanto, é importante notar que a cannabis pode ter efeitos colaterais e seu efeito pode causar dependência em alguns casos. O THC, em particular, pode causar efeitos psicoativos, como alucinações e paranoia. Portanto, é necessário avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios do uso da cannabis para o tratamento do TDAH.
Em conclusão, há evidências preliminares que sugerem que a cannabis pode ser uma opção de tratamento promissora para o TDAH. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia e segurança da cannabis no tratamento do TDAH. Além disso, é importante lembrar que o uso da cannabis para fins medicinais deve ser prescrito e monitorado por um profissional de saúde qualificado.
Referências:
Cooper, R. E., Williams, E., Seegobin, S., Tye, C., Kuntsi, J., & Asherson, P. (2017). Cannabinoids in attention-deficit/hyperactivity disorder: A randomised-controlled trial. European Neuropsychopharmacology, 27(8), 795-808.
Loflin, M., Earleywine, M., De Leo, J., & Hobkirk, A. (2018). Subtypes of attention deficit-hyperactivity disorder (ADHD) and cannabis use. European Child & Adolescent Psychiatry, 27(6), 719-728.
Nenhum comentário:
Postar um comentário