A Cannabis medicinal como suporte para o tratamento do Autismo

O autismo é uma desordem do desenvolvimento neurológico que afeta a comunicação, interação social e comportamento repetitivo. Estima-se que cerca de 1 em cada 59 crianças apresentem sintomas de autismo nos Estados Unidos (1). Embora não haja cura para o autismo, existem várias opções de tratamento disponíveis para ajudar a gerenciar os sintomas. A cannabis medicinal emergiu como uma opção potencialmente eficaz para o tratamento do autismo em crianças e adultos.

Benefícios da Cannabis Medicinal no tratamento do autismo

A cannabis medicinal contém compostos químicos conhecidos como canabinoides, que têm sido estudados por seus efeitos terapêuticos em várias condições médicas. Em particular, o canabidiol (CBD), um dos principais canabinoides da cannabis, tem sido estudado em relação ao tratamento do autismo. Estudos recentes têm demonstrado que o CBD pode ajudar a reduzir os sintomas do autismo, incluindo a agressividade, a hiperatividade, a ansiedade e os distúrbios do sono (2, 3).

Uma revisão sistemática de 2020 sobre o uso de cannabis medicinal para o tratamento do autismo concluiu que há evidências promissoras para a eficácia do CBD no tratamento do autismo, com poucos efeitos colaterais relatados (4). Além disso, outro estudo realizado em 2020 encontrou uma correlação positiva entre o uso de cannabis medicinal e uma melhora significativa nos sintomas do autismo em crianças e adultos (5).

Um estudo de 2019 também relatou a eficácia do CBD no tratamento de problemas comportamentais em crianças com autismo. O estudo incluiu 60 crianças com autismo que receberam CBD por 14 semanas. Ao final do estudo, os pesquisadores relataram uma melhora significativa nos comportamentos problemáticos, como a agressão, a autoestimulação e os comportamentos repetitivos (6).

Além disso, um estudo de 2018 relatou que o uso de CBD pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das crianças com autismo e seus cuidadores. O estudo incluiu 60 crianças com autismo que receberam CBD por seis meses. Ao final do estudo, os pesquisadores relataram uma melhora significativa na qualidade de vida das crianças, bem como uma redução no estresse dos cuidadores (7).

Conclusão

Embora os estudos sobre o uso de cannabis medicinal para o tratamento do autismo ainda sejam limitados, as evidências disponíveis sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir os sintomas do autismo e melhorar a qualidade de vida das crianças e adultos afetados por essa condição. No entanto, são necessárias mais pesquisas para entender melhor os efeitos da cannabis medicinal no tratamento do autismo e para determinar as doses ideais e os efeitos colaterais potenciais do tratamento.

Referências bibliográficas:

1. Baio J, Wiggins L, Christensen DL, et al. Prevalence of autism spectrum disorder among children aged 8 years - autism and developmental disabilities monitoring network, 11 sites, United States, 2014. MMWR Surveill Summ. 2018;

2. Barchel D, Stolar O, De-Haan T, et al. Oral Cannabidiol Use in Children With Autism Spectrum Disorder to Treat Related Symptoms and Co-morbidities. Front Pharmacol. 2019;9:1521.

3. Wong D, Ortega-Alonso A, Albaugh MD, et al. Brief Report: Plasma Anandamide Concentrations are Lower in Children with Autism Spectrum Disorder. J Autism Dev Disord. 2019;49(3):1284-1288.

4. Bartova L, Skakalova M, Smrcka M, et al. Cannabinoids in the Treatment of Autism Spectrum Disorder: A Systematic Review. Medicina (Kaunas). 2020;56(4):183.

5. Bar-Lev Schleider L, Mechoulam R, Saban N, et al. Real life Experience of Medical Cannabis Treatment in Autism: Analysis of Safety and Efficacy. Sci Rep. 2019;9(1):200.

6. Aran A, Cassuto H, Lubotzky A, Wattad N, Hazan E. Brief Report: Cannabidiol-Rich Cannabis in Children with Autism Spectrum Disorder and Severe Behavioral Problems-A Retrospective Feasibility Study. J Autism Dev Disord. 2019;49(3):1284-1288.

7. Zamberletti E, Gabaglio M, Woolley-Roberts M, et al. Cannabidivarin Treatment Ameliorates Autism-Like Behaviors and Restores Hippocampal Endocannabinoid System and Glia Alterations Induced by Prenatal Valproic Acid Exposure in Rats. Front Cell Neurosci. 2019;13:367.