terça-feira, 2 de maio de 2023

Os efeito da Cannabis Medicinal na Esclerose Multipla

 


A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central que afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais comum em mulheres e pessoas entre 20 e 40 anos de idade (NINDS, 2022). Os sintomas incluem fraqueza muscular, problemas de coordenação, fadiga, visão turva, dor e espasmos musculares. Embora existam várias terapias disponíveis para controlar os sintomas, muitos pacientes com EM relatam uma insatisfação com os tratamentos convencionais.

A cannabis medicinal, também conhecida como maconha medicinal, é uma alternativa que tem ganhado cada vez mais atenção para o tratamento de diversos distúrbios, incluindo a EM. A planta contém mais de 100 compostos químicos conhecidos como canabinoides, sendo os mais estudados o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Os canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo, que é responsável por regular várias funções corporais, incluindo a dor, a inflamação e a resposta imunológica.

Existem vários estudos que sugerem que a cannabis medicinal pode ser eficaz no tratamento de sintomas associados à EM, incluindo espasmos musculares, dor, fadiga e insônia (Corey-Bloom et al., 2012; Zajicek et al., 2013; Koppel et al., 2014; Zajicek et al., 2015). Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 37 pacientes com EM mostrou que a cannabis medicinal reduziu significativamente a dor e os espasmos musculares em comparação com o placebo (Corey-Bloom et al., 2012). Outro estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 276 pacientes com EM mostrou que a cannabis medicinal reduziu significativamente a dor e a rigidez muscular em comparação com o placebo (Zajicek et al., 2013).

No entanto, ainda há uma falta de consenso entre os médicos sobre a eficácia e a segurança da cannabis medicinal para o tratamento da EM. Alguns médicos têm preocupações sobre os efeitos colaterais, incluindo sedação, tontura e confusão, além do potencial de dependência e abuso da substância (National MS Society, 2022). Além disso, a legalização da cannabis medicinal varia de país para país e de estado para estado, o que pode dificultar o acesso dos pacientes à substância.

Em resumo, a cannabis medicinal pode ser uma opção promissora para o tratamento dos sintomas associados à EM, mas ainda são necessárias mais pesquisas para determinar sua eficácia e segurança a longo prazo. Além disso, é importante que os pacientes com EM discutam suas opções de tratamento com seus médicos e respeitem as leis locais e as diretrizes médicas.

Referências:

Corey-Bloom, J., Wolfson, T., Gamst, A., Jin, S., Marcotte, T. D., Bentley, H., Gouaux, B. (2012). Smoked cannabis for spasticity in multiple sclerosis: a randomized, placebo-controlled trial. CMAJ: Canadian Medical Association Journal, 184(10), 1143-1150.

Koppel, B. S., Brust, J. C. M., Fife, T., Bronstein, J., Youssof, S., Gronseth, G., & Gloss, D. (2014). Systematic review: efficacy and safety of medical marijuana in selected neurologic disorders: report of the Guideline Development Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology, 82(17), 1556-1563.

National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS). (2022). Multiple Sclerosis: Hope Through Research. Retrieved from https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Hope-Through-Research/Multiple-Sclerosis-Hope-Through-Research

National MS Society. (2022). Medical Marijuana. Retrieved from https://www.nationalmssociety.org/Treating-MS/Complementary-Alternative-Medicines/Marijuana

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