quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) com Cannabis Medicinal: Uma Revisão Abrangente


 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, com consequências devastadoras para os pacientes afetados e suas famílias. Embora as terapias convencionais tenham demonstrado eficácia na recuperação de alguns pacientes, o potencial terapêutico da Cannabis Medicinal emergiu como um campo promissor na neuroproteção e na recuperação funcional pós-AVC.

Estudos recentes investigaram os efeitos neuroprotetores e anti-inflamatórios dos compostos presentes na Cannabis, como os canabinoides, especialmente o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), em modelos experimentais de AVC. A ativação dos receptores canabinoides demonstrou atenuar a neuroinflamação e reduzir a cascata de eventos neurodegenerativos desencadeados pela isquemia cerebral, resultando em melhora na função neurológica e redução do dano tecidual.

Além disso, a Cannabis Medicinal tem sido associada à melhora de sintomas secundários ao AVC, como dor neuropática, espasticidade, distúrbios do sono e depressão, promovendo uma abordagem abrangente na recuperação e no bem-estar geral dos pacientes.

Embora as evidências iniciais sejam promissoras, é crucial conduzir estudos clínicos randomizados e controlados para estabelecer a eficácia e a segurança do uso da Cannabis Medicinal como adjuvante no tratamento do AVC. Estes estudos devem abordar especificamente as dosagens ideais, os efeitos a longo prazo e as interações com outras terapias farmacológicas convencionais.

Portanto, a integração cuidadosa da Cannabis Medicinal no manejo do AVC oferece perspectivas emocionantes e promissoras para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, são necessárias mais investigações para orientar protocolos terapêuticos e diretrizes clínicas sólidas.


Referências:

Xian Hua, Weiwen Wang, and Mohammed Hussein. "Cannabinoid Receptor Type 2 as a Therapeutic Target in Stroke." Mini Reviews in Medicinal Chemistry 20, no. 7 (2020): 640-648.

Marongiu, Jacopo, et al. "Potential of Cannabidiol for the Treatment of Viral Hepatitis." Pharmacological Research 158 (2020): 104939.

Rodriguez-Muñoz, Maria, et al. "The CB2 Cannabinoid Receptor Agonist AM-1710 Slows the Progression of the SOD1(G93A) Mutant Mouse Model of Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS)." Pharmaceutical Research 102 (2015): 191-200.

Baron, Eric P. "Comprehensive Review of Medicinal Marijuana, Cannabinoids, and Therapeutic Implications in Medicine and Headache: What a Long Strange Trip It's Been…." Headache: The Journal of Head and Face Pain 55, no. 6 (2015): 885-916.


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Tratamento dos Sintomas da Menopausa por Meio da Acupuntura e Técnicas Chinesas: Uma Revisão Abrangente


 

Introdução

A menopausa, um estágio natural da vida reprodutiva da mulher, é frequentemente associada a uma variedade de sintomas desconfortáveis que podem afetar significativamente a qualidade de vida. Embora a terapia de reposição hormonal tenha sido tradicionalmente utilizada para aliviar esses sintomas, muitas mulheres agora estão buscando terapias alternativas devido a preocupações relacionadas à segurança e aos efeitos colaterais associados. Neste contexto, a acupuntura e outras técnicas da medicina tradicional chinesa têm despertado interesse como abordagens terapêuticas potencialmente eficazes e seguras para aliviar os sintomas da menopausa.


Acupuntura na Menopausa

A acupuntura é uma forma de medicina tradicional chinesa que envolve a aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para estimular e regular o fluxo de energia vital, ou "Qi". Vários estudos têm investigado os efeitos da acupuntura no alívio de sintomas associados à menopausa, como ondas de calor, suores noturnos, distúrbios do sono e alterações de humor.


Um estudo randomizado controlado realizado por Avis et al. (2018) demonstrou que a acupuntura foi eficaz na redução da frequência e da gravidade das ondas de calor em mulheres na pós-menopausa. Além disso, uma revisão sistemática de Zhao et al. (2019) destacou a eficácia da acupuntura na melhoria da qualidade do sono e na redução dos sintomas de ansiedade e depressão em mulheres durante a menopausa.


Técnicas Chinesas na Menopausa

Além da acupuntura, outras técnicas da medicina tradicional chinesa, como a fitoterapia chinesa e as práticas de qi gong, também demonstraram benefícios na gestão dos sintomas da menopausa. A fitoterapia chinesa, por exemplo, utiliza uma variedade de ervas medicinais para equilibrar o corpo e aliviar sintomas específicos. Estudos como o de Lui et al. (2017) evidenciaram que certas formulações fitoterápicas chinesas foram eficazes na redução das ondas de calor e na melhoria do perfil lipídico em mulheres na pós-menopausa.


Além disso, práticas como o qi gong, uma forma de exercício terapêutico que combina movimentos suaves, respiração e meditação, têm sido associadas a melhorias no bem-estar psicológico e na saúde geral em mulheres na menopausa. A pesquisa de Wang et al. (2016) destacou os efeitos positivos do qi gong na redução do estresse e na promoção da qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa.


Considerações Finais

Embora os estudos revisados forneçam evidências promissoras, são necessárias mais pesquisas para elucidar completamente os mecanismos pelos quais a acupuntura e as técnicas chinesas atuam no tratamento dos sintomas da menopausa. No entanto, com base nas evidências atuais, essas abordagens terapêuticas parecem oferecer opções valiosas e de baixo risco para mulheres que desejam gerenciar os sintomas da menopausa sem recorrer à terapia hormonal convencional.


Referências Bibliográficas

Avis, N. E., Coeytaux, R. R., Isom, S., Prevette, K., Morgan, T., & Newman, A. B. (2018). Acupuncture in Menopause (AIM) study: a pragmatic, randomized controlled trial. Menopause, 25(2), 107-117.


Lui, J., Zhang, X., & Gong, X. (2017). Meta-analysis of the clinical effect of Chinese herbal medicine formula Puhuang on menopausal women. Medicine, 96(28), e7357.


Wang, C. W., Chan, C. H., Ho, R. T., & Chan, J. S. (2016). Effects of qigong on reducing stress and anxiety and improving sleep in postmenopausal women: a systematic review and meta-analysis. Complementary Therapies in Medicine, 29, 196-203.


Zhao, L., Wu, H., Li, D., Wang, Y., Gao, L., & Wang, T. (2019). The effects of acupuncture on menopause-related symptoms and quality of life in women in natural menopause: a meta-analysis of randomized controlled trials. Menopause, 26(5), 555-563.


O caso do efeito Entourage e do cultivo convencional de cannabis clínica: sem “strain”, sem ganho


O tema Cannabis gera polêmica em todas as esferas de influência, seja na política, na farmacologia, na terapêutica aplicada ou mesmo na taxonomia botânica. O debate sobre a especiação da Cannabis, ou a falta dela, tem girado por mais de 250 anos. Dado que todos os tipos de Cannabis são eminentemente capazes de cruzamento para produzir descendência fértil, é improvável que surja qualquer vencedor claro entre os “lumpers” versus os “splitters” neste debate taxonómico. Isto é agravado pela profusão de variedades de Cannabis disponíveis através do mercado negro e até mesmo do mercado legal em desenvolvimento. Embora rotulado como “estirpes” na linguagem comum, este termo é aceitável em relação a bactérias e vírus, mas não entre Plantae. 

Dado que fatores como a altura da planta e a largura dos folíolos não distinguem uma planta de Cannabis de outra e dificuldades semelhantes na definição de termos em Cannabis, a única solução razoável é caracterizá-las pelas suas características bioquímicas/farmacológicas. Assim, é melhor referir-se aos tipos de Cannabis como variedades químicas, ou “quimovares”. A atual onda de entusiasmo no comércio de Cannabis traduziu-se numa enxurrada de pesquisas sobre fontes alternativas, particularmente leveduras, e surgiram sistemas complexos para produção em laboratório, mas estes pressupõem que compostos únicos sejam um objetivo desejável. Em vez disso, o argumento a favor da sinergia da Cannabis através do “efeito entourage” é actualmente suficientemente forte para sugerir que é pouco provável que uma molécula corresponda ao potencial terapêutico e mesmo industrial da própria Cannabis como fábrica fitoquímica. A surpreendente plasticidade do genoma da Cannabis evita adicionalmente a necessidade de técnicas de modificação genética.



Este artigo descreveu brevemente as tentativas tecnológicas recentes de “reinventar a roda dos fitocanabinóides”. Argumentos convincentes apoiariam que isso pode ser feito, mas deveria ser feito? Os dados que apoiam a existência da sinergia da Cannabis e a surpreendente plasticidade do genoma da Cannabis sugerem uma realidade que evita a necessidade de hospedeiros alternativos, ou mesmo de engenharia genética da Cannabis sativa , provando assim que, “A planta faz melhor”.


Russo EB. The Case for the Entourage Effect and Conventional Breeding of Clinical Cannabis: No "Strain," No Gain. Front Plant Sci. 2019 Jan 9;9:1969. doi: 10.3389/fpls.2018.01969. PMID: 30687364; PMCID: PMC6334252.

terça-feira, 16 de maio de 2023

Organograma simplificado da formação dos principais fitocanabinoides

 Aqui está um organograma simplificado mostrando a cadeia de formação e degradação dos principais canabinoides presentes na planta cannabis, incluindo CBD, CBG, CBN e THC:



Explicação da cadeia de formação e degradação:

  1. Cannabigerovarina (CBGV): É considerado o canabinoide precursor, a partir do qual outros canabinoides são formados.

  2. Cannabidiolic acid (CBDA): O CBGV é convertido em CBDA através da ação de enzimas. O CBDA é um canabinoide ácido que é o precursor do CBD.

  3. Tetrahydrocannabinolic acid (THCA): O CBGA é convertido em THCA através da ação de enzimas. O THCA é um canabinoide ácido que é o precursor do THC.

  4. Cannabidiol (CBD): O CBDA é decarboxilado, geralmente através do calor, para se transformar em CBD. O CBD é um canabinoide não psicoativo amplamente conhecido por seus efeitos terapêuticos potenciais.

  5. Tetrahydrocannabinol (THC): O THCA é decarboxilado, geralmente através do calor, para se transformar em THC. O THC é o principal composto psicoativo encontrado na cannabis, responsável pelos efeitos de "barato" associados à planta.

  6. Cannabichromene (CBC): O CBGA é convertido em CBC através da ação de enzimas. O CBC é um canabinoide não psicoativo que pode ter propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.

  7. Cannabinol (CBN): Tanto o THC quanto o CBD podem se degradar naturalmente com o tempo e a exposição ao oxigênio em CBN. O CBN é um canabinoide não psicoativo que é conhecido por seus efeitos sedativos e pode ser formado através da degradação do THC ou CBD.

Lembre-se de que este organograma simplifica a complexa biossíntese e degradação dos canabinoides na planta de cannabis, mas oferece uma visão geral dos principais canabinoides envolvidos.


O Uso do Canabigerol (CBG) no Tratamento das Demências e Doenças Neurodegenerativas: Atualidades e Perspectivas


 

As demências e doenças neurodegenerativas representam um desafio crescente para a saúde pública, à medida que a população mundial envelhece. Nesse contexto, a busca por tratamentos eficazes e seguros tem se tornado uma prioridade. Neste artigo, abordaremos as atualidades sobre o uso do canabigerol (CBG), um dos canabinoides presentes na planta Cannabis sativa, no tratamento das demências e doenças neurodegenerativas em geral. Faremos uma revisão da literatura científica recente, destacando os estudos pré-clínicos e clínicos que investigaram os efeitos do CBG nessas condições. Além disso, serão discutidos os possíveis mecanismos de ação do CBG e as perspectivas futuras dessa substância como uma opção terapêutica promissora.

Introdução: As demências, como a doença de Alzheimer e a demência vascular, e as doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), são caracterizadas pela perda progressiva de neurônios e pela disfunção cognitiva e motora associada. Os tratamentos disponíveis atualmente têm mostrado limitações em sua eficácia e apresentam efeitos colaterais significativos. Nesse contexto, o CBG, um canabinoide não psicoativo encontrado em quantidades menores na planta Cannabis sativa, tem atraído crescente interesse como uma possível opção terapêutica.

Estudos pré-clínicos: Pesquisas em modelos animais têm demonstrado o potencial neuroprotetor e anti-inflamatório do CBG. Estudos in vitro e em animais de laboratório mostraram que o CBG é capaz de modular os sistemas endocanabinoides, reduzir a neuroinflamação, inibir a formação de placas amiloides e tau hiperfosforiladas, além de promover a neurogênese e a plasticidade sináptica. Esses efeitos sugerem que o CBG pode desempenhar um papel importante na modulação da progressão das doenças neurodegenerativas.

Estudos clínicos: Embora ainda sejam escassos, estudos clínicos recentes têm mostrado resultados promissores com o uso do CBG no tratamento das demências e doenças neurodegenerativas. Em um estudo piloto envolvendo pacientes com doença de Huntington, o CBG foi capaz de melhorar os sintomas motores e reduzir a inflamação cerebral. Além disso, estudos em modelos animais de doença de Parkinson mostraram que o CBG pode melhorar a função motora e reduzir a progressão da doença. No entanto, são necessários estudos clínicos mais robustos e de longo prazo para confirmar esses achados preliminares.

Mecanismos de ação: O CBG exerce seus efeitos através da interação com o sistema endocanabinoide, principalmente os receptores CB1 e CB2. Além disso, estudos têm mostrado que o CBG também pode modular receptores de serotongergicos 5-HT1A e 5-HT2A, bem como o receptor de vaniloides TRPV1. Essa interação multifacetada permite que o CBG atue em várias vias e mecanismos relacionados às doenças neurodegenerativas.

O CBG demonstrou propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, o que pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo e a inflamação crônica, processos implicados na patogênese de várias doenças neurodegenerativas. Além disso, estudos sugerem que o CBG pode modular a expressão de genes envolvidos na neurogênese, na sobrevivência neuronal e na plasticidade sináptica, promovendo a regeneração e a proteção dos neurônios.

Perspectivas futuras: Embora os estudos até o momento sejam promissores, é importante ressaltar que o uso do CBG no tratamento das demências e doenças neurodegenerativas ainda está em estágios iniciais de pesquisa. São necessárias mais investigações clínicas para determinar a eficácia, a segurança e as doses ideais do CBG, bem como entender melhor seus mecanismos de ação.

Além disso, é fundamental considerar as questões legais e regulatórias que envolvem o uso de canabinoides, incluindo o CBG. A legislação e as políticas de cada país podem variar, o que pode influenciar a disponibilidade e o acesso a essas substâncias.

Conclusão: O CBG apresenta um potencial terapêutico promissor no tratamento das demências e doenças neurodegenerativas, devido aos seus efeitos neuroprotetores, anti-inflamatórios e moduladores da neurogênese. Estudos pré-clínicos e clínicos têm demonstrado resultados encorajadores, mas são necessárias mais pesquisas para validar esses achados e entender completamente os mecanismos de ação do CBG.

Diante do envelhecimento da população e do impacto crescente das demências e doenças neurodegenerativas na saúde pública, é fundamental continuar investindo em pesquisas científicas rigorosas e bem controladas para explorar o potencial terapêutico dos canabinoides, incluindo o CBG. Essas investigações podem abrir novas possibilidades de tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essas condições debilitantes.

Referências:

  1. Morales P, et al. Cannabigerol: A Review of Its Potential as a Neuroprotective Agent for Neurodegenerative Disorders. Front Pharmacol. 2017;8:20.

  2. Valdeolivas S, et al. Neuroprotective properties of cannabigerol in Huntington's disease: studies in R6/2 mice and 3-nitropropionate-lesioned mice. Neurotherapeutics. 2015;12(1):185-99.

  3. Hill AJ, et al. Cannabigerol displays antiepileptiform and antiseizure properties in vitro and in vivo. J Neurochem. 2010;114(2):844-54.

  4. Valdeolivas S, et al. Cannabigerol reduces neuroinflammation and promotes neuroprotection in a preclinical model of Parkinson's disease. Neuropsychopharmacology.

terça-feira, 2 de maio de 2023

As bases do tratamento pela Quiropraxia


 

A quiropraxia é uma prática terapêutica que se concentra na manipulação da coluna vertebral e outras articulações do corpo para tratar distúrbios do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso. Essa técnica tem sido utilizada há séculos, com a finalidade de trazer alívio para uma ampla variedade de problemas de saúde, incluindo dor nas costas, dor de cabeça, dor nas articulações e distúrbios do sono.

A ação fisiológica da quiropraxia baseia-se no conceito de que o corpo humano tem a capacidade inerente de se curar e se auto-regular. Por meio da manipulação da coluna vertebral e outras articulações, o quiropraxista visa remover quaisquer bloqueios ou desalinhamentos que possam estar interferindo na capacidade do corpo de se curar.

Essa técnica de manipulação vertebral é realizada através de ajustes manuais ou instrumentais, onde o quiropraxista aplica pressão suave e precisa em pontos específicos da coluna vertebral. Esses ajustes ajudam a realinhar a coluna vertebral e outras articulações, o que pode reduzir a pressão nos nervos e melhorar a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo.

Além disso, a quiropraxia também pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea, reduzir a inflamação e aumentar a amplitude de movimento das articulações. Esses efeitos podem levar a uma redução da dor e rigidez muscular, melhoria da postura e do equilíbrio, bem como uma maior sensação de bem-estar geral.

No processo de cura da quiropraxia, o quiropraxista trabalha em estreita colaboração com o paciente para desenvolver um plano de tratamento personalizado que atenda às suas necessidades individuais. Isso pode incluir sessões regulares de quiropraxia, exercícios de alongamento e fortalecimento, mudanças na dieta e outras terapias complementares.

É importante notar que a quiropraxia é uma abordagem holística para a saúde e o bem-estar, que visa tratar a pessoa como um todo - não apenas seus sintomas isolados. Ao trabalhar em conjunto com o corpo e a mente do paciente, a quiropraxia pode ajudar a restaurar o equilíbrio e a harmonia no organismo, o que pode levar a uma cura mais completa e duradoura.

Em conclusão, a quiropraxia é uma prática terapêutica que se concentra na manipulação da coluna vertebral e outras articulações do corpo para tratar distúrbios do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso. Por meio da remoção de bloqueios e desalinhamentos, a quiropraxia visa melhorar a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, aumentar a amplitude de movimento das articulações e reduzir a dor e a inflamação. Com sua abordagem holística para a saúde e o bem-estar, a quiropraxia pode ajudar a promover a cura completa e duradoura do corpo e da mente.

A Cannabis Medicinal como suporte terapêutico para pacientes com fibromialgia


A fibromialgia é uma condição de dor crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A condição é caracterizada por dor generalizada no corpo, sensibilidade em áreas específicas, fadiga e distúrbios do sono. Apesar de ser uma doença comum, a fibromialgia é muitas vezes mal compreendida e subdiagnosticada.

A causa exata da fibromialgia é desconhecida, mas acredita-se que seja multifatorial. Vários fatores de risco foram identificados, incluindo genética, sexo feminino, idade, lesões traumáticas, infecções virais e estresse psicológico.

A fibromialgia é uma condição complexa que envolve alterações no sistema nervoso central e periférico. Os pacientes com fibromialgia apresentam uma diminuição na quantidade de neurotransmissores inibitórios, como a serotonina e a noradrenalina, e um aumento na quantidade de neurotransmissores excitatórios, como o glutamato.

Os sintomas da fibromialgia incluem dor generalizada em todo o corpo, sensibilidade em áreas específicas, fadiga, distúrbios do sono, rigidez muscular, dores de cabeça e problemas de memória e concentração.

O diagnóstico da fibromialgia é feito com base em critérios clínicos. O paciente deve apresentar dor generalizada por pelo menos três meses e sensibilidade em pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis ao toque. Os exames laboratoriais e de imagem são realizados para descartar outras condições que podem apresentar sintomas semelhantes.

O tratamento da fibromialgia é complexo e muitas vezes envolve uma abordagem multidisciplinar. O tratamento pode incluir medicamentos como analgésicos, antidepressivos, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. A terapia cognitivo-comportamental e a terapia física também podem ser úteis no gerenciamento dos sintomas da fibromialgia. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo atividade física regular, sono adequado e uma dieta balanceada, pode ajudar a melhorar os sintomas da fibromialgia.

Estudos clínicos sobre a cannabis medicinal no tratamento da fibromialgia:

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Clinical Medicine avaliou o efeito da cannabis medicinal em 367 pacientes com fibromialgia. Os pacientes relataram uma redução significativa na dor e na qualidade do sono após o uso da cannabis medicinal.

Outro estudo de 2018 publicado na Clinical and Experimental Rheumatology avaliou o efeito da cannabis medicinal em 26 pacientes com fibromialgia. Os pacientes relataram uma redução significativa na dor, na rigidez muscular e na fadiga após o uso da cannabis medicinal.

Um estudo de 2017 publicado no Journal of Pain Research avaliou o efeito da cannabis medicinal em 17 pacientes com fibromialgia. Os pacientes relataram uma redução significativa na dor e na ansiedade após o uso da cannabis medicinal.

Conclusão:

Os estudos clínicos mostram que a cannabis medicinal pode ser uma terapia alternativa eficaz para o tratamento da fibromialgia. No entanto, é importante lembrar que a cannabis medicinal não é uma cura para a fibromialgia e que o uso da cannabis medicinal deve ser feito sob supervisão médica adequada. Além disso, são necessárias mais pesquisas para entender completamente os efeitos da cannabis medicinal na fibromialgia.

Referências bibliográficas:

Fitzcharles, M. A., Baerwald, C., Ablin, J., Häuser, W., & Buskila, D. (2016). Efficacy, tolerability and safety of cannabinoids in chronic pain associated with rheumatic diseases (fibromyalgia syndrome, back pain, osteoarthritis, rheumatoid arthritis): A systematic review of randomized controlled trials. Schmerz, 30(1), 47-61.
Häuser, W., Fitzcharles, M. A., Radbruch, L., & Petzke, F. (2019). Cannabinoids in pain management and palliative medicine. Deutsches Ärzteblatt International, 116(36), 627.
Habib, G., & Artul, S. (2018). Medical cannabis for the treatment of fibromyalgia. Journal of Clinical Rheumatology, 24(5), 255-258.

Habib, G., & Avisar, I. (2018). The consumption of cannabis by fibromyalgia patients in Israel. Pain Research and Treatment, 2018, 2018.
Schiphorst Preuper, H. R., & van der Laan, W. H. (2019). Cannabinoids and pain management: An update for rheumatologists. Rheumatology International, 39(2), 227-234.
Walitt, B., Klose, P., Fitzcharles, M. A., Phillips, K., Häuser, W., & Wolfe, F. (2016). Cannabinoids for fibromyalgia. Cochrane Database of Systematic Reviews, (7).

Os efeito da Cannabis Medicinal na Esclerose Multipla

 


A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central que afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais comum em mulheres e pessoas entre 20 e 40 anos de idade (NINDS, 2022). Os sintomas incluem fraqueza muscular, problemas de coordenação, fadiga, visão turva, dor e espasmos musculares. Embora existam várias terapias disponíveis para controlar os sintomas, muitos pacientes com EM relatam uma insatisfação com os tratamentos convencionais.

A cannabis medicinal, também conhecida como maconha medicinal, é uma alternativa que tem ganhado cada vez mais atenção para o tratamento de diversos distúrbios, incluindo a EM. A planta contém mais de 100 compostos químicos conhecidos como canabinoides, sendo os mais estudados o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Os canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo, que é responsável por regular várias funções corporais, incluindo a dor, a inflamação e a resposta imunológica.

Existem vários estudos que sugerem que a cannabis medicinal pode ser eficaz no tratamento de sintomas associados à EM, incluindo espasmos musculares, dor, fadiga e insônia (Corey-Bloom et al., 2012; Zajicek et al., 2013; Koppel et al., 2014; Zajicek et al., 2015). Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 37 pacientes com EM mostrou que a cannabis medicinal reduziu significativamente a dor e os espasmos musculares em comparação com o placebo (Corey-Bloom et al., 2012). Outro estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 276 pacientes com EM mostrou que a cannabis medicinal reduziu significativamente a dor e a rigidez muscular em comparação com o placebo (Zajicek et al., 2013).

No entanto, ainda há uma falta de consenso entre os médicos sobre a eficácia e a segurança da cannabis medicinal para o tratamento da EM. Alguns médicos têm preocupações sobre os efeitos colaterais, incluindo sedação, tontura e confusão, além do potencial de dependência e abuso da substância (National MS Society, 2022). Além disso, a legalização da cannabis medicinal varia de país para país e de estado para estado, o que pode dificultar o acesso dos pacientes à substância.

Em resumo, a cannabis medicinal pode ser uma opção promissora para o tratamento dos sintomas associados à EM, mas ainda são necessárias mais pesquisas para determinar sua eficácia e segurança a longo prazo. Além disso, é importante que os pacientes com EM discutam suas opções de tratamento com seus médicos e respeitem as leis locais e as diretrizes médicas.

Referências:

Corey-Bloom, J., Wolfson, T., Gamst, A., Jin, S., Marcotte, T. D., Bentley, H., Gouaux, B. (2012). Smoked cannabis for spasticity in multiple sclerosis: a randomized, placebo-controlled trial. CMAJ: Canadian Medical Association Journal, 184(10), 1143-1150.

Koppel, B. S., Brust, J. C. M., Fife, T., Bronstein, J., Youssof, S., Gronseth, G., & Gloss, D. (2014). Systematic review: efficacy and safety of medical marijuana in selected neurologic disorders: report of the Guideline Development Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology, 82(17), 1556-1563.

National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS). (2022). Multiple Sclerosis: Hope Through Research. Retrieved from https://www.ninds.nih.gov/Disorders/Patient-Caregiver-Education/Hope-Through-Research/Multiple-Sclerosis-Hope-Through-Research

National MS Society. (2022). Medical Marijuana. Retrieved from https://www.nationalmssociety.org/Treating-MS/Complementary-Alternative-Medicines/Marijuana

sexta-feira, 7 de abril de 2023

CBD tópico promove melhora significativa da dor em atletas de elite



 O CBD, ou canabidiol, é um dos muitos compostos encontrados na planta de cannabis. Embora a pesquisa sobre os efeitos do CBD em atletas ainda seja limitada, alguns estudos sugerem que ele pode ajudar a melhorar a performance em alguns aspectos.

Um dos efeitos mais conhecidos do CBD é sua capacidade de aliviar a dor e reduzir a inflamação. Isso pode ser particularmente útil para atletas que sofrem de dores musculares e articulares, que são comuns após treinos intensos ou competições. Ao reduzir a dor e a inflamação, o CBD pode ajudar a acelerar a recuperação e permitir que os atletas voltem aos treinos e competições mais rapidamente.

Além disso, alguns estudos sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o sono. Isso pode ser particularmente benéfico para atletas que enfrentam estresse e pressão antes de competições importantes. Um sono adequado é importante para a recuperação muscular e pode ajudar a melhorar a performance geral.

Um novo estudo publicado no Journal of Cannabis Research avaliou os efeitos do CBD tópico para dor crônica de lesões agudas nas extremidades inferiores em 20 ex-atletas de elite do futebol americano, atletismo ou basquete.

Os participantes tiveram carreiras de quatro a dez anos e lidam com dores crônicas há pelo menos três meses. Eles também tentaram vários outros tratamentos – desde cirurgia e anti-inflamatórios não esteróides até opioides, bem como quiropráticos e massoterapeutas, entre outros.

Segundo os autores, este é o primeiro estudo desse tipo a pesquisar o efeito do CBD entre atletas de elite.

Principais conclusões do estudo

Os participantes receberam CBD tópico (10mg) duas vezes ao dia por dispensador controlado; 

  • Ao longo de 6 semanas, a tolerabilidade, a dor e as atividades diárias dos participantes foram avaliadas por auto-relato; 
  • Dos indivíduos que completaram o estudo (70%), cerca de 50% confirmaram efeitos colaterais menores  e os outros 50% não relataram nenhum. 
  • Os efeitos colaterais mais comuns foram  pele seca  (43%) e  erupção cutânea  (cerca de 21% dos participantes que completaram o estudo); 
  • Os resultados revelaram uma melhora significativa nos níveis de dor auto-relatados  e na incapacidade relacionada à dor, incluindo tarefas familiares e domésticas, atividades de suporte à vida, atividades ocupacionais, atividades recreativas, autocuidado, função sexual e atividades sociais. 

Os pesquisadores enfatizaram que os resultados iniciais sugerem uma resposta terapêutica que pode ser aprimorada com o uso combinado de CBD e outros canabinoides.

“Dadas as descobertas promissoras relatadas neste estudo, o mecanismo pelo qual o CBD controla a dor nas articulações deve ser investigado em estudos futuros”, acrescentaram os autores.

As limitações do estudo incluem uma pequena amostra, o estado de saúde e o estresse físico anterior de atletas de elite que podem levar em consideração suas percepções de tolerabilidade, autorrelato versus medidas objetivas e nenhum monitoramento da administração de CBD.

“Os dados coletados em uma população piloto garantem um estudo mais aprofundado do CBD tópico em estudos prospectivos, randomizados e controlados em atletas de elite”, concluíram os pesquisadores.

Referências Bibliográficas:

  1. Hammell, D. C., Zhang, L. P., Ma, F., Abshire, S. M., McIlwrath, S. L., Stinchcomb, A. L., & Westlund, K. N. (2016). Transdermal cannabidiol reduces inflammation and pain-related behaviours in a rat model of arthritis. European journal of pain (London, England), 20(6), 936–948. https://doi.org/10.1002/ejp.818
  2. Huestis, M. A., & Mazzoni, I. (2019). Cannabis in sport. Sports medicine (Auckland, N.Z.), 49(Suppl 1), 73–84. https://doi.org/10.1007/s40279-019-01147-4
  3. Maida, V., & Corban, J. (2019). Topical Medical Cannabis: A New Treatment for Wound Pain-Three Cases of Pyoderma Gangrenosum. Journal of pain and symptom management, 57(2), 296–298. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2018.10.494
  4. Salgado, R. M., Gimenes, F., & Consolaro, M. E. (2018). Cannabinoids in the management of musculoskeletal or rheumatic diseases. Current rheumatology reports, 20(11), 77. https://doi.org/10.1007/s11926-018-0789-9
  5. Shannon, S., & Opila-Lehman, J. (2015). Effectiveness of Cannabidiol Oil for Pediatric Anxiety and Insomnia as Part of Posttraumatic Stress Disorder: A Case Report. The Permanente journal, 20(4), 108–111. https://doi.org/10.7812/TPP/15-150


Fonte: https://sechat.com.br/estudo-atletas-de-elite-tiveram-melhora-significativa-nos-niveis-de-dor-com-cbd-topico/

O THCV no manejo da Diabetes e no controle de peso.

 A diabetes mellitus é uma condição metabólica caracterizada por hiperglicemia crônica decorrente de defeitos na secreção e/ou ação da insul...